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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

cavalo



Este cavalo recorda-me um cavalo que na minha joventude montava muitas vezes,
eu gosto muito de animais,quando se habituam a nós até parece que nos compriendem
Antigamente gostáva de, na feira de Castro de Verde ver na corredoura os cavalos
que cada negociante vinha vender: cada um mostrava os mais bonitos cavalos.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

feira de castro

.

A Epopeia dos Malteses

Choros que o pó amassaram,
Ódios, fel, desesperança,
Minha crueza geraram:
Sou a estátua da Vingança!

Maltês,meu nome de guerra!
Ver-me é logo pressentir
Que o vento sul se descerra:
Já mirram searas, de o ouvir!

De noite vou pelas eiras,
-Alma em fogo-deitar fogo
A searas,medas inteiras:
Abraso e assim desafogo!

Sou fera?Vá,que me domem!
-E vós outros que sereis?
Não sou fera, não, sou o Homem,
O Escravo firmando leis!

Meu sangue reza nas veias;
Por quem reza? porquem chora?
Pelos que terras alheias
Foram escravos outrora!

Oculto no chão barrento,
Com piedade,com ternura,
Os que dormem ao relento,
Os mortos sem sepultura!

Coveiro da própria raça!
Dor de além-dor! Ao que eu vim
Grito e o medo me trespassa,
Acordo e fujo de mim!

Existo e ausento-me.Há escuro
Na minha memória:-em vão
Me interrogo e me procuro...
Sou realidade ou visão?

Choro, e as lágrimas apagam
Dúvidas, queixas, martirios...
Unções celestes afagam
A noite dos meus delirios!

Campos de azinheiras velhas...
Se os revolvo,as minhas mãos,
Súbito ficam vermelhas
Do sangue dos meus irmãos!

Nos montes,a medo,ás tardes,
Trancam-se as portas; se as forço,
Caem-me aos pés os covardes,
Mudos de assombro e remorso!

DE Mário Beirão

sábado, 8 de outubro de 2011

A feira

Amanhã vai rompendo. Afeira grita.
Badalam os chocalhos dos garranos,
E pelo arraial,o azeite frita,
No meio de algaraviada dos ciganos.

Quantos sonhos desfeitos, desenganos,
Negócios que falharam, gente aflita;
A feira é sempre assim todos os anos,
Matéria em sofrimento que se agita.

Caiaram-se as fachadas, tudo alveja.
A feira é sonho, é fada benfazeja
Que á vila empresta luz e dá vigor.

A manta nova, os frutos perfumados,
O circo de palhaços afamados,
Mundo de maravilha e de labor.

De....Arlindo Caldeira