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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Alentejo

Salvé, planície imensa do Alentejo!
Oh! Real magestade soberana!...
Em trono engrinaldado assim te vejo
imperando na terra lusitana.
Adora-te a teus pés, em pleno brejo,
minha terra natal alentejana,
-Almodovar- que em sua singeleza,
de ti recebe a altiva realeza!

De aromas campesinas te perfumam,
em radiosas manhãs de primavera,
as flores verginais,que se avolumam
na matizada côr que Deusle dera,
na graciosa altivez com que se aprumam
nos teus montes remotos doutra era,
em cujo seio vivem encerradas
as desditosas mouras encantadas...

Alvejam capelinhas milagrosas
onde as moças garridas vão rezar,
em gratas romarias, fervorosas,
pedindo aos santos para as bem-casar.
Dos seus jardins lhes levam frescas rosas
que enfeitam nesse dia o seu altar.
E lá fora, no adro, entre bailados
há risonhas promessas de noivados...

Capela de Sam Pedro! Que saudade
de ouvir tocar o adufe ás raparigas,
do teu olhar celeste,de bondade,
escutando, a sorrir, doces cantigas!
Das lendas dos penedos,que em verdade,
falam de raças mouras inimigas,
da batalha de Ourique,bem renhida
por Dom Afonso Henriques lá vencida!...

Na planura sem fim, soa otlim-tlão
de esquilas de rebanhos a pastar...
E mais além, entoa uma canção
com voz dolente,o homem a lavrar.
Os ranchos de ceifeiras ceifam pão,
que Nosso Senhor cria pra nos dar.
E á noite, lá na aldeia,á luz da lua,
vão os moços cantando pela rua.

Teus sumptuosos templos e castelos,
e fontes de belezas naturais,
teus camponeses, francos e singelos,
teus ondulantes campos de trigais,
são ecos que se enlaçam, como os elos
duma cadeia que nos prende máis!
As bênçãos do Céu caiam sobre ti,
Oh! formoso Alentejo onde eu nasci!


CAROLINA AVES IN Almanaque Alentejano 1951

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